segunda-feira, setembro 25, 2006

Quando X reclama de Y.

Qualquer coisa que você aponte em alguém, pode ser apontado em você mesmo. Nietzsche já dizia que quem olha demais nos olhos de um monstro deve ter cuidado para não tornar-se um.

Quando dois terráqueos discutem, um grita "teimoso!", pois o outro mundano não concorda e nem aceita as idéias do primeiro. Ora, o primeiro é teimoso, pois não aceita as idéias do segundo. Essa atitude é típica dos osi.

Veja bem, não critico o fato de um ser apontar como falha algo que também faça. Isso é perfeitamente normal, aceitável e aconselhável, mantendo-se certas condições do bonsense.

A questão é: toda relação, por mais curta e trivial que seja, cria uma certa equalização de ambas as partes. Eu não posso conversar com um osus sem me odiar por isso. Não posso estar do lado de um idiota sem me sentir idiota. Não posso chamar alguém de teimoso sem me mostrar teimoso.


Perceber as falhas do inimigo é perceber as próprias falhas.

Claro que não existe isso de "falha", mas a idéia é essa.


Da mesma forma, um contemplum juntamente a outro contemplum, se equalizarão a um nível alto, comum aos dois, e incomum para os dois, pois é raro dois contempli se encontrarem. Não sou estúpido o suficiente para tentar descrever aqui o que seria esse encontro, pois só uma coisa é certa: as possibilidades são infinitas, com todo o poder que a palavra "infinitas" carrega.



"Bonsense" é o bom senso dos bons homens.
"Bom senso" é o bom senso normal.

A diferença é colossal.