sábado, fevereiro 07, 2009

Azectone.

Sabe, Gertrudes, o verdadeiro amor é como uma azeitona. Posso não ter comido todas as coisas do mundo, mas eu estou certo quanto ao esgrimismo superior da azeitona. Não é apenas o sabor, é algo espiritual que há no exato momento em que eu cravo os dentes na polpa, uma certeza de que aquele momento me reserva uma liga, um surrealismo de sabor, seguido da épica ardência que se abate em meu esôfago, meu ventre, meu corpo todo; os espólios da guerra; a Azeitona.

É claro que tu não entendes, tu não podes entender. Entender a sensação contradiz a verdade da Azeitona.

E toda verdade é menor do que a Azeitona.