generosa meia noite
sonhei contigo de novo hoje. foi a noite inteira isso. deitávamos de conchinha, pouco a pouco nos aproximávamos. encostavas teu pé no meu, discretamente, e roçavas a palma dele em mim. eu te encochava nessa hora, pegava nos teus peitos, na tua barriga, na tua cintura, na tua coxa, depois nos teus peitos de novo, agarrava eles com vontade, puxava o lóbulo da tua orelha com os dentes enquanto imaginava soltar toda a força da minha mão nesses dois oásis de gordura que repousam, fartos, generosos, no deserto magro do resto do teu corpo. sem aguentar mais, tu sentavas na minha barriga e ficavas direcionando teus peitos pra que a gravidade os derramasse sobre minha boca, revezadamente, o esquerdo, o direito, e tudo de novo, para que um peito não fique com ciúme do outro, jamais, e eu os chupava por horas, sentia o gosto do teu mamilo na minha língua, salivava muito, puxava tua barriga pra encostar na minha, beijava teu pescoço, e entre gemidos, tentavas dizer que não devíamos mais fazer aquilo, que não devíamos mais, mas dentro dos nossos pulmões já havia a presença larga, pesada e quente um do outro.
sonhantes, jazíamos ali, abandonados ao sol da meia-noite, pegando um sereno ardente, rendidos, enlaçados, salivantes, culpados, esperando acordar para saber nossa sentença.
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