quinta-feira, novembro 19, 2009

mal intencionado

Tudo o que os homens se engajam é sujo, errado, mal feito e mal intencionado. Todos os conflitos sociais e discordâncias emergem da crença de que o homem pode fazer algo de essência puramente boa.

Naturalmente que a suposta ação boa é creditada ao lado do próprio idealizador da bobagem. É do conhecimento geral que todos acham que estão certos.

quinta-feira, novembro 12, 2009

trabalhos acadêmicos da semana científica.

Exposição 1: alguma coisa sobre a invisibilidade

O trabalho falava especificamente sobre os porteiros e como estes são invisíveis. Invisível no sentido de não ser olhado, notado, percebido, de não ser cumprimentado. Da mesma forma como foi feito naquela reportagem do fantástico em que um aluno universitário se disfarçou de gari na própria universidade e ninguém o reconheceu. Na ótica dos feitores do trabalho, essa invisibilidade seria uma característica de algum modo lamentável. O trabalhou gerou uma inquietação no público (umas 15 pessoas) e todos discutiram e concordaram com essa suposta invisibilidade de certas ocupações e situações.

Essa invisibilidade de fato existe, não posso negar, mas uma coisa acerca dela é certa: essa problemática da invisibilidade dos porteiros, garis ou de quem quer que seja é a discussão mais trivial, despropositada e desimportante que eu já vi. Isso não tem o menor cabimento. Por que eu deveria dar bom dia aos garis que cruzam meu caminho? Se fosse assim, eu teria que dar bom dia também para todas as pessoas que cruzam meu caminho, incluindo médicos, engenheiros, pedreiros e juízes. Ora, ninguém fica se cumprimentando ou sendo simpático com todo mundo toda hora. E que bobagem ir contra essa indiferença que é tão natural ao ser humano. Na verdade, lutar contra o que é humano é a maior bobagem que os humanos insistem em fazer.


Exposição 2: Acauã e a psicanálise

Esse trabalho chamou minha atenção. Analisar a obra Acauã sob a ótica psicanalítica me pareceu o máximo. Se o trabalho não fosse tão mais ou menos. E a autora ainda me vem com aquele papo clássico bem típico: "por que recorrer à literatura européia quando temos aqui uma cultura riquíssima?". Riquíssima é o meu pau. Esse ufanismo idiota praticamente me irrita pra caralho. Tem que ser muito ignorante, cego e pretensioso pra achar que a produção artística amazônica se compara em tamanho, idade e riqueza às dimensões colossais da produção artística européia. Eu poderia dizer que a europa supera a amazônia em tamanho da produção artística, mas eu não serei tão razoável. A europa supera em riqueza também, é evidente. Teve mais movimentos, mais posicionamentos, mais anti-movimentos, mais processos dialéticos de tese, antítese e síntese. Por isso é mais rica.