quarta-feira, novembro 02, 2016

"escrevo para apagar meu nome"

(ou: "deus se aliviando")

Para Bataille, as máscaras representam "uma obscura encarnação do caos": são formas "inorgânicas" que se impõem aos rostos, não para ocultá-los, mas para acrescentar-lhes um sentido profundo. Na qualidade de artifícios que se sobrepõem à face humana, com o objetivo de torná-la inumana, essas representações "fazem de cada forma noturna um espelho ameaçador do enigma insolúvel que o ser mortal vislumbra diante de si mesmo". Por essa razão, conclui o escritor, "a máscara comunica a incertza e a ameaça de mudanças súbitas, imprevisíveis e tão impossíveis de suportar quanto a morte".