domingo, maio 22, 2011

Quantas janelas.

Quantas coisas me foram negadas porque eu era eu?
bem aventurado, deixei de me ser, e me preferi
e esse eu que era teu tornou-se ele, outro.

Sei que este que me foi não será o mesmo em outrem
e que tu não podes encontrá-lo em outrem
nem tu, nem eu, nem ninguém.

E na tua casa há quantas coisas minhas?
que nem são minhas, são dele, mas não as queremos de volta
porque sabemos que nunca serão tuas.

Também muito além de lá, me há,
e há outro, outrossim, sem que assim
haja um eu que haja nela
Ou haja alguém ainda em mim.