segunda-feira, março 30, 2009

Introdução à descrição de Magdavert

Não é possível racionalizar Magdavert. Ele existe pela mesma duração que todo o tempo, ele existe pela mesma extensão que todo o espaço. A imaginação me trouxe a escandalosa forma do fabuloso Magdavert: Apenas um aglomerado de consciência iridescente, estupenda em sua maligna sugestividade!

Era um Todo-em-Um e um Um-em-Todo de ilimitância de ser e si. Seu corpo de abrangência infinitante era, e, apesar de fazer parte do todo, era maior do que tudo. Não era meramente uma coisa dentro do espaço e tempo, das condições de continuidade e da continuidade de condições. Muito mais do que isso, era, aliada à máxima animante do verdadeiro único axioma. Era a essência do devir impetuoso, do ímpeto movimental que é a existência, inteiro e sem fronteiras, completo e afronteiriço. O supremo e absoluto movimento irrestrito que extrapola fantasia e matemáticas. Talvez fosse isso o que cultos secretos da Terra sussurravam; Sim, Magdavert! e que já foi divindade sob outros nomes; que crustáceos de Plutão e Yuggoth louvavam como o Ele-do-Além, e que os cérebros astrais da nebulae espiral conhecem por signos intraduzíveis!

sexta-feira, março 27, 2009

Mandamento. Ei-lo.

1- Jamais cometer a burrice de fazer merda, nem em pensamento. Vigia teus pensamentos enquanto ainda assim o são, pois eles crescem e engordam, e ficam teimosos e rebarbados.

Tornam-se atos, hábitos, caráter, destino.

Sou são, mas os pensamentos não são; são insanos e desregulados, não obedecem fronteiras nem apitam na curva. Não deixa qualquer pensamento valer, mas não reprime. Observa o fluxo e então respira, vazio.


Existe o auge;
Depois de atingir o auge, a única possibilidade de evolução é o caminho contrário ao que se percorreu.

2- Ser competente em não abandonar o auge. Não permitir que o caminho reverso tenha início. Manter a boa vontade e permanecer na crista, custe o que custar.

3- Leal e honesto.

4- Não questionar as virtudes, elas são sem precisar de justificativa. Não justificar os vícios, evitá-los.

sábado, março 07, 2009

Brida e Esperança

Ao final de 2005 (período poetozóico), eis que surge algo aproveitável:

Brida e Esperança

Na casa demente
De Tomas da Brida
O guerreiro da vida
É um Homem-Troféu

Na casa funesta
De Laura Esperança
Matava crianças
Caídas do céu

Cuidado sortudo
Em cima do muro
Se falas de cruzes
Pois falas demais!

Assiste, contente
Seu ideal vigente
A deixar saudades
De um bom rapaz!

Menina-Censura
Se levas a surra
Devolve em usura
Ao seu capataz!

Mestra dos gracejos
Vista em desejos
Transforma em avessos
Os homens de paz!

Enfim ele diz que te ama!
Você o engana e o deixa pra traz
No leito de morte ele conta com a sorte
Mas vê no teu olho um brilho fugaz
Veloz e certeira, dizes sorrateira
Um rubro "Eu te amo", como um satanás!

E Tomas da Brida
Exposta a ferida
Sangrada de briga
Morre, audaz

Tomás das rédeas percebe o quanto sua luta, que o marcou durante toda a sua vida, foi vã, e essa é sua maior ferida, cuja dimensão só pôde ser vista em seu leito de morte. A audácia da morte vem devido à ousadia de seu julgamento final sobre Laura Esperança (e a sagacidade de percebê-lo), enxergando-a tenebrosa e de caráter hediondo.

(uma merda, mas uma merda nostálgica)

domingo, março 01, 2009

Há alguém por entre essas
Destas que não calam
Destras de calão

Suas meninas deságuam
Nessas terras de Vilão
Vil ao vê-la entre essas;
Destas que não calam
Destras de calão

Seu peito perdoa e é calado.
o é
silencioso e tranqüilo
Maldito pela perfeição;
Que me entorta, me corrige,
Quando me vejo em seus braços
Destros, que não calam
Destes de calão.