sinto que me deves alguma satisfação
foste embora e levaste a chave do meu quarto do barba azul
como é que eu faço agora, com todos os meus segredos
trancados entre a espera e a procura
Estas linhas servem para dignificar a mim mesmo enquanto fonte de meus atos, ainda que estes atos teimem em atestar o contrário.
sinto que me deves alguma satisfação
nesse trecho temos um exemplo de uso do termo árabe "sakinah", correspondente ao hebraico "shekhinah", que é o nome da forma física de javé, YHWH, quando ela caminha entre os homens. é uma palavra do gênero feminino. apesar de ter em sua etimologia o sentido de "habitar", "permanecer no lugar", é interpretada no texto sagrado como "paz do senhor". vejamos:
sonhei contigo de novo hoje. foi a noite inteira isso. deitávamos de conchinha, pouco a pouco nos aproximávamos. encostavas teu pé no meu, discretamente, e roçavas a palma dele em mim. eu te encochava nessa hora, pegava nos teus peitos, na tua barriga, na tua cintura, na tua coxa, depois nos teus peitos de novo, agarrava eles com vontade, puxava o lóbulo da tua orelha com os dentes enquanto imaginava soltar toda a força da minha mão nesses dois oásis de gordura que repousam, fartos, generosos, no deserto magro do resto do teu corpo. sem aguentar mais, tu sentavas na minha barriga e ficavas direcionando teus peitos pra que a gravidade os derramasse sobre minha boca, revezadamente, o esquerdo, o direito, e tudo de novo, para que um peito não fique com ciúme do outro, jamais, e eu os chupava por horas, sentia o gosto do teu mamilo na minha língua, salivava muito, puxava tua barriga pra encostar na minha, beijava teu pescoço, e entre gemidos, tentavas dizer que não devíamos mais fazer aquilo, que não devíamos mais, mas dentro dos nossos pulmões já havia a presença larga, pesada e quente um do outro.
T: Se paro para contar uma história para mim mesmo
(ou: lethobenthofobia)
De: Gertrudes